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Renan Dias

Racismo na arte contemporânea

Você já foi em alguma exposição de artes? Se sim, quantas obras de artistas negros você pôde perceber nessa mesma exposição? Bem menos do que artistas brancos, mesmo que a maior parte da população do Brasil seja mestiça e negra, não é mesmo? Se pararmos para refletir, realmente podemos perceber que artistas que se declaram negros são escassos nas grandes exposições de arte, e artistas negros que tratam o racismo em suas obras são praticamente inexistentes nas mesmas.

O Brasil passou por cerca de 300 anos de escravidão, e mesmo depois de um século de sua abolição é possível perceber que o racismo em nossa sociedade ainda está presente, mesmo que velado. Na arte contemporânea de nosso país, essa realidade preconceituosa, infelizmente, não é diferente da maioria da sociedade. É fato que o início da história da arte e das grandes academias de pintores e escultores que formaram os primórdios dos modelos artísticos que conhecemos hoje era predominante branco e segregador, mas isso não pode ser considerado como justificativa para a ausência da presença de pessoas negras em destaque na sociedade artística brasileira, porém nem todos os artistas, curadores e críticos brancos têm essa percepção de inclusão.

O artista Jaime Lauriano disse certa vez que o meio artístico predominantemente branco pode e deve falar sobre o racismo, mas esse tema não pode ser tratado de uma forma fetichizada ou exótica. “Não me incomodam artistas ou pensadores brancos falando da cultura negra, mas sim quando brancos ou negros fazem uso do ideário da violência contra o negro para criar fetiches e clichês.”

Seguindo a mesma linha de raciocínio do artista, uma das formas mais comuns de tratar e combater o racismo tanto nas artes como também em toda sociedade é trazer e fornecer espaço para artistas negros mostrarem seu lado da história e tudo mais que eles quiserem mostrar. São muitos, são bons, e merecem espaço não só na arte, mas também em toda as áreas da sociedade.

Uma característica evidente nas obras de alguns artistas negros atuais é a miscelânea entre as exposições fechadas taxadas por obras mais formais e a cultura de rua. Enivo, por exemplo, é um artista que divide seu trabalho com a produção de quadros e telas muitas vezes sobre a própria cultura negra e a produção de grafites de rua e murais.

Renan dos Santos Dias


Obra ‘Capas do Brasil’ #2, feita por Enivo e atualmente disponível para compra no espaço ALMA DA RUA


Conheça mais do trabalho do artista Enivo no vídeo do quadro Traços produzido pela Notthesamo.


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