Faces do racismo na sociedade brasileira
“A escravidão foi bem mais que um sistema econômico: ela moldou condutas, definiu desigualdades sociais, fez de raça e cor marcadores de diferença fundamentais, ordenou etiquetas de mando e obediência, criou uma sociedade condicionada pelo paternalismo e por uma hierarquia muito estrita”. (Sobre o autoritarismo brasileiro. Lilia Schwarcz, 2020, p. 28).
“Numa sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista” (Angela Y. Davis).
Com muita alegria, compartilhamos com a comunidade do Instituto Federal de São Paulo – campus Jacareí textos e reflexões que foram produzidos pela turma do 3º ano do Ensino Médio – Técnico em informática, ao longo do mês de setembro de 2020. Foram escritos em tempos difíceis: durante o ensino remoto emergencial.
Face ao caos da pandemia, durante as aulas de Filosofia e Língua Portuguesa, por meio de diversas fontes, filosóficas, literárias, econômicas, jurídicas, institucionais, ideológicas, artísticas, sociológicas, políticas e históricas, quisemos desnudar um dos problemas centrais que assolam a sociedade brasileira: o racismo estrutural em suas diferentes faces.
Semanalmente, publicaremos três textos. Esperamos que a leitura contribua para o reconhecimento dos racismos que estruturam nossa sociedade, ao manterem, criarem e aprofundarem desigualdades. Além disso, desejamos que também seja um convite aos leitores a assumir a responsabilidade em relação a mudanças associadas à tomada de posturas e à adoção de práticas antirracistas.
Na medida em que a população negra é hoje majoritária no Brasil, as lutas pela igualdade racial, pela liberdade e pelo direito à vida se transformam num fator crucial e urgente para a consolidação, desenvolvimento e sobrevivência da democracia. Tanto da democracia que temos, quanto da democracia que queremos. Desejamos que o leitor seja ele também um partícipe desse anseio protagonizado por nossos alunos.
Anderson Lima e Emari Andrade