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Luisa Torres, Nicolas Tenório, Bruno Mantuani

Racismo e Desigualdade social

Depois de muitas lutas fazendo pressão pelo fim da escravidão, em 1888 a escravatura foi abolida do Brasil. Ainda assim, podemos ver que o preconceito racial permeia a sociedade. É possível observar que o racismo se tornou estrutural e está presente em diversas formas como na cultura, instituições, política, mercado de trabalho etc. Esse é o resultado de um país fundado em bases escravocratas e que não teve, e continua a não ter, interesse em incluir a população de ex-escravizados em seu sistema formal. Portanto, é inegável que o racismo do sistema precisa ser quebrado, por meios que façam com que as pessoas percebam essas desigualdades e tomem uma decisão, pelo bem de todos e por um futuro sem desigualdade e racismo.

No terceiro trimestre de 2017, dentre o total de desempregados, 63,7% eram negros sendo os outros 36,3% brancos. Além disso, segundo um estudo do IBGE em 2017, os negros em média recebem R$1.531,00 enquanto brancos recebem em média R$2.756,00. Ainda segundo o IBGE no ano de 2019, dentre os 10% com maior renda per capita, 70,6% são brancos enquanto dentre os 10% mais pobres, 75,2% são negros, e conforme outros dados do IBGBE no ano de 2017, negros e pardos ocupam apenas 10% dos cargos de chefia dentre mais de 500 empresas que participaram da pesquisa.

Estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indicam que a probabilidade de um negro ser vítima de homicídio é 8 pontos percentuais maior que a de um homem branco. Tais índices mostram o racismo existente em todas as partes da sociedade. Mostra, ainda, que em uma sociedade racista não é o bastante não ser racista, “é preciso ser antirracista”.

Em dezembro de 2019, ocorreu um seminário no Distrito Federal onde foi discutida a relação entre o racismo e a desigualdade social no Brasil. 30 gestores e formuladores de políticas do Governo do Distrito Federal foram convidados para participar do seminário que debateu sobre a igualdade social e os direitos humanos. O pesquisador Felipe Freitas, especialista em criminologia, racismo e violência pela Universidade Estadual de Feira de Santana, disse que “racismo está no centro das desigualdades”.

“Às vezes, quando falamos de desigualdade e direitos humanos, parece que falamos de algo periférico na administração pública. Na verdade, não se governa uma cidade sem pensar nesse tema. Se não falarmos de racismo, não estamos falando de desigualdade e violência. E não há problema mais decisivo para o futuro de uma cidade do que a desigualdade e a violência”, disse Felipe nesse seminário.

O jornalista, cartunista e diretor-executivo da Revista Raça, Maurício Pestana, explicou que a desigualdade social está relacionada à desigualdade racial e que não é possível prosseguir sem mudar a sua forma de pensar, inclusive por parte das organizações.

Portanto, é inegável que grande parte da desigualdade social está relacionada ao racismo, que apesar de não ser mais tão aparente quanto no passado, ainda existe nas raízes da sociedade. A desigualdade social e o racismo infelizmente não vão sumir da noite para o dia, porém há ações que podem ser feitas para que possamos amenizar e, possivelmente, acabar totalmente com o racismo. Para tanto, primeiro devemos mudar o pensamento de pessoas com mentes fechadas ou que ainda acreditem no conceito de existirem raças superiores. A principal forma disso é a educação.



Luisa Torres; Bruno Mantuani; Nícolas Tenório


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