No mês de março, é comemorado o dia internacional das mulheres, oficialmente celebrado desde o dia 8 de março 1975. Mesmo com tantos direitos que elas adquiririam ao longo da história, ainda assim a maior representatividade desde trabalhos simples ou até mesmo no cinema é masculina. A Mulher Maravilha veio para mostrar que, sim, elas são fortes e, de fato, Maravilha!
O dia internacional das mulheres que teve inspiração em 1911, mas não oficializado na mesma data, foi originado depois de mulheres terem feitos paralisações e manifestações a favor demelhores condições em seus trabalhos que, na época, se constituíam em trabalhar 16h por dia, inclusive, mas não raramente, aos domingos. A partir de então, mulheres começaram a lutar por seus direitos trabalhistas e lugares na sociedade. Em 1913, as mulheres já lutavam pelos direitos de votar em Nova York, mas só foi constituído o poder do voto em 1932. As lutas não pararam, as mulheres queriam seu posicionamento e seus direitos na sociedade.
No Brasil, uma conquista um pouco mais nova, infelizmente, demorou muito. Trata-se da lei Maria da Penha, que teve sua legalização como lei em 2006.
Mulheres em manifestações em Nova York, por direito ao voto (1913)
No mundo cultural as mulheres também demoraram para ganhar seus direitos e reconhecimento, mas com grandes destaques na nossa cultura, como Anita Malfatti, muito conhecida pelo quadro ‘O Homem Amarelo’. Ela foi uma pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Foi muito importante para a ‘Semana da Arte Moderna’ junto com outros artistas. Anita deu espaço e inspirações para outras artistas também, como Tarsila do Amaral, que foi muito conhecida pelo quadro Abapuru.
No cinema, a mulher até hoje está tomando seu espaço. A primeira mulher a ganhar um Oscar foi Kathryn Ann Bigelow, que ganhou dois óscares no ano de 2010, como Melhor Direção e Melhor Filme, com o filme The Hurt Locker. No Brasil, a atriz Fernanda Montenegro também chegou a ser indicada ao Oscar com o filme Central do Brasil (1998).
Cenas do filme: Central do Brasil (1998)
Kathryn Ann Bigelow com os Óscares (2010)
Atualmente, alguém que ganhou espaço tanto nos cinemas quanto nos quadrinhos é ela, a Mulher Maravilha, que também se tornou um ícone para a cultura pop e para o movimento feminista. No ano de 1941, William Moulton Marston e Harry G. Peter tiveram a brilhante ideia de fazer um super-herói que não utilizasse apenas a força bruta, e sim compaixão e o amor, buscando sempre pela paz. Tiveram então a ideia de fazer desta personagem uma mulher, sendo a primeira super-heroína sem envolvimentos amorosos dos super-heróis ou apenas uma versão feminina dos ‘supers’ criada pela DC Comics.
Assim nasceu a Mulher Maravilha. Diana de Themyscira, ou usando sua identidade secreta, Diana Prince, apareceu pela primeira vez no quadrinho All Star Comics (Edição #8). Apesar de sua origem ter sido mudada algumas vezes, inicialmente ela nasceu de um molde de argila, feita pela Rainha Hipólita, na ilha chamada mais tarde de Themyscira. Além de enfrentar super vilões regularmente, também lutava na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Estados Unidos, contra alemães e japoneses, à procura de paz no mundo dos homens. Sua representação como super-heroína ganhou mais força ainda depois da saga Crise nas Infinitas Terras, onde seus traços e tornaram mais femininos, se tornando assim um dos símbolos da luta feminista.
No mundo dos quadrinhos, várias comics foram importantes para o desenvolvimento da personagem: Hiketeia (2002), onde ela enfrenta o Batman e acaba pisando em seu rosto com seu solto, imagem que rendeu polêmica. O Círculo (2008), filme em que pela primeira vez temos uma roteirista mulher para as histórias da heroína. Os Novos 52 (2011) foi o filme em que se muda a origem da personagem, transformando-a em uma semideusa.
Hiketeia (2002)
O Círculo (2008)
Os novos 52 (2011)
Nos cinemas, Mulher-Maravilha foi uma forte influência desde o seu primeiro filme solo nos anos 80, como atualmente. Foi o filme de super-herói mais lucrativo com o valor estipulado de US$ 252,9 milhões. Esse valor rendido pelo filme é o valor total da bilheteria após subtrair os custos de sua produção (como cachês dos atores e equipe, figurino, CGI etc.).
Fãs da DC comics zelam a personagem como realmente uma deusa, já que é uma grande personagem a se admirar. Gal Gadot, a atriz que interpreta a Mulher-Maravilha (2018), serviu o exército de Israel. Sua preparação física para a personagem foi bastante importante, já que a mesma é uma guerreira (Amazonas como citado nos filmes e HQs) e uma Deusa, “Tive horas intensivas de treinamento, além de aprender esgrima e tive que aprender a saber a laçar, já que eu não sabia nem segurar uma corda” (acessórios utilizados pela personagem), diz Gal bem-humorada.
A continuidade do filme já está sendo gravada. Podemos agora ver a Deusa com sua armadura e o longa se passará na Segunda Guerra Fria, com a vilã da personagem também dos quadrinhos a Mulher-Leopardo. A Mulher-Leopardo é uma das maiores inimigas da Mulher-Maravilha e foi apresentada nos quadrinhos em 1943. Dra. Barbara Ann Minerva é uma antropologista britânica e herdeira que ganha os poderes do Leopardo depois de uma expedição na selva africana. Como Mulher-Leopardo, ela tem força e agilidade sobre-humanas, visão noturna aguçada e garras afiadas, capazes de penetrar facilmente carne ou pedra. O filme já tem nome ‘Mulher-Maravilha 1984’ e a previsão de lançamento é 4 de junho de 2020.
Cabe a nós, agora, ver a continuidade dessa trama. Mulher-Maravilha 1984 vem para mostrar mais ainda a sua força feminina. A Deusa continuará sendo um grande ícone feminista, já que sempre foi bem determinada e confiante no que faz.
Escritores: Vitor & Alêtsia
Comments