Durante muitos anos, diversos médicos trabalharam em ditaduras, guerras e “hospitais” psiquiátricos, onde ordens lhes eram impostas, sendo que alguns colocavam sua ética profissional e pessoal de lado, enquanto outros praticavam por prazer e apoio ao atual governo, praticando torturas, ditas como testes em “prol” do avanço da medicina.
Hoje, todo médico quando se forma faz um juramento com o intuito de que o profissional trate seu paciente de acordo com o código médico e do seu doente, respeitando suas decisões e crenças, independente de ações externas: “Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.”.
Podemos observar casos fictícios que fogem dessas políticas, mas sem a intenção de prejudicar o paciente, como na série "Grey’s Anatomy" (temporada 15 e episódio 23), em que a médica e protagonista, doutora Meredith Grey (chefe de cirurgia geral), dr Alex Karev (chefe da pediatria) e o residente doutor Andrew Deluca assumem o caso da pequena Gabby, que chegou à Clínica Memorial Denny Duquette, com seu pai, imigrantes de San Pedro Sula - Honduras, apresentando fortes dores no abdômen. Mesmo que eles não tivessem um seguro de saúde, resolveram fazer exames para saber mais sobre do que se tratava. Após uma tomografia e raio-x abdominal, viram que a criança tinha uma massa ileocecal e precisava de uma paraloscopia, uma cirurgia para remover a massa que estava causando uma obstrução intestinal, porém Luís, o pai da garota, segundo o governo, ganhava dinheiro demais limpando escritórios para pagar o seguro, mas muito pouco para pagar o tratamento, pois trabalhava todos os dias para trazer a família para os Estados Unidos e lhes dar uma vida melhor.
Nos EUA, há um programa de saúde que ajuda pessoas com baixa renda que precisam do seguro, o Medicaid. Para se enquadrar nos requisitos, não basta ser pobre, deve ser um cidadão americano, ou um cidadão com visto permanente de residência, incluindo pessoas de baixa renda, seus filhos e portadores de deficiência. A família deve estar com até 133% do Nível de Pobreza Federal. No entanto, quando alguém está muito doente e chega a um hospital prestes a morrer, o governo lhe cede tratamento gratuito, no caso, a garota estava muito doente, mas seus exames mostravam que não morreria imediatamente, logo, não teria motivos para que ganhasse tratamento. No entanto, Meredith sabia que a menina poderia precisar de mais cirurgias de primeira linha como o trabalho do doutor Karev. Sua médica então decide burlar as regras de seu próprio seguro, colocando o nome de sua filha Elis no prontuário de sua paciente, para que assim ela pudesse ser operada e ter todos os tratamentos necessários até sua alta, pois a sua ética pessoal lhe dizia que aquilo era o melhor a se fazer.
Como dito antes, todo médico faz um juramento em sua formatura. A doutora Grey o infringiu ao deixar a ética profissional de lado, o que posteriormente lhe causou a prisão e o cancelamento de sua licença para exercer a medicina legalmente por um determinado tempo, até que o conselho médico decidisse em um julgamento se ela poderia voltar a ser médica ou não.
Em séries e filmes médicos, situações como essa são frequentes, como em “The Good Doctor” (temporada 2, episódio2) e em “Chicago Med” (temporada 5, episódio 6) e até mesmo com médicos da vida real, que tratam pessoas como você e eu. Trata-se do grande dilema entre a ética pessoal e a profissional.
Agora que você já sabe um pouco do assunto e exemplos de como isso acontece, continue estudando e se prepare para o próximo tema que vai ajudá-lo nos vestibulares.
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